quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Universidade do estado do Rio de janeiro
Faculdade de educação da baixada fluminense
TAELP II – Professor Ivan – Aluno Jorge Luiz Gomes Saldanha


Parâmetros Curriculares Nacionais
Língua portuguesa





O ensino da língua fundamenta-se na necessidade do ser social de participar ativamente da vida em sociedade na sua plenitude. Fornecer as ferramentas necessárias para que o indivíduo “ouça” e se faça “ouvir”, desenvolvendo a sua oralidade; possa entender o mundo a sua volta, interpretando as diferentes formas de expressão oral e escrita; manifestar as suas vontades e intenções, pontuar suas dúvidas e insatisfações, enfim, ser agente de sua própria história e não apenas um espectador passivo.
A oralidade ensinada na escola deve ser permeada de diversidade, deve contemplar a pluralidade. Ainda que se priorize a oralidade convencionalmente “correta”, que é a mais comumente aceita e a mais socialmente cobrada. Deve-se salientar que existem diferentes tipos de oralidade por existirem diferentes culturas e núcleos sociais, mas que isso não deve indicar nenhuma idéia de hierarquia, tratando-as como superiores ou inferiores, e sim, diferentes, aplicando-se a contextos e situações distintas, conforme a circunstância, de acordo com a ocasião.
A escrita que cabe a escola ensinar, deve buscar, desde o início, levar em consideração a oralidade que a criança já traz consigo, que é anterior ao processo de alfabetização e faz parte do seu “capital cultural”.
Ainda que se reconheça o valor da aquisição e domínio do alfabeto, fonemas e conteúdos afins, deve-se admitir que já não é mais concebível, trabalhar como base da alfabetização frases como “Vovô viu a uva” ou ainda “O boi bobo babou o bebê”. A base deve estar carregada de significado, tem que fazer sentido e sinalizar para a criança que o novo conhecimento é apenas mais uma forma de expressar o que já faz parte do seu cotidiano e que será útil no seu desenvolvimento comunicativo.
É claro que isso não se dará de forma imediata. Faz parte de todo um processo que ocorrerá de forma gradativa e paulatinamente. Um projeto de médio a longo prazo que deve ser planejado com detalhes e flexibilidade.
No que diz respeito aos objetivos gerais da língua portuguesa para o ensino fundamental, à escrita e sua aquisição, é importante enfatizar que antes de aprender a escrever, o aluno já é usuário da língua em que será alfabetizado, exercita a linguagem e é detentor de oralidade ( principalmente quando a alfabetização se dá na fase adulta). Faz-se necessário introduzi-lo no mundo da escrita, com textos que façam sentido e que reproduzam a sua prática diária. O bê-á-bá é necessário, mas através de uma concepção que aproveite o desenvolvimento lingüístico do aluno até então, fazendo com que ele perceba que a escrita é apenas mais uma forma de expressão da língua que já lhe é comum e na qual ele fala e ouve , ou seja, compreende e é compreendido.
Frases sem sentido, desprovidas de lógica textual ou funcionalidade, além de dificultar a compreensão, diminuem o interesse por essa nova forma de expressar-se. Lembremo-nos de que há pessoas analfabetas com idade avançada, e que nem por isso deixaram de se comunicar, entendendo e se fazendo entender por seus interlocutores, ainda que com mais dificuldade que pessoas alfabetizadas. Essas pessoas trabalham, consomem, divertem-se e relacionam-se com o mundo letrado a sua volta, guardadas as devidas proporções, da mesma maneira que um indivíduo alfabetizado. O planejamento da alfabetização deve ter em seu escopo, a melhoria do exercício da cidadania, visando o aumento das condições de expressão dos sujeitos no seio da sociedade.
As práticas descritas nas páginas 63 e 64, servem para fomentar o desejo de ler e estimular os alunos a se tornarem leitores assíduos e curiosos. Elas permitem ao professor fazer um acompanhamento do desenvolvimento dos alunos, identificando com exatidão as virtudes e debilidades apresentadas por eles, incentivando-os no caso de sucesso e colaborando para que os erros sejam corrigidos de forma eficaz, já que observa, in loco, as falhas cometidas e as dificuldades vivenciadas.
A leitura em voz alta feita pelo professor e por outros colegas auxilia a desinibição e ajuda a se ver como mais um integrante do grupo e não como uma pessoa que simplesmente é alvo de observação e julgamento.

Um comentário: