quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Gêneros Textuais: síntese
Quando nos expressamos, seja verbalmente ou por escrito, fazemos uso, inevitavelmente, de um gênero textual, ainda que não tenhamos consciência disto. A comunicação não pode ser feita, sem que façamos uso dos gêneros, embora isso ocorra na maioria das vezes, de forma espontânea, não planejada. Isso se dá de forma natural, não segue uma forma rígida e fechada, principalmente em contextos informais.
As maneiras de se expressar da civilização, vão se transformando com o passar do tempo e de acordo com o surgimento de novas tecnologias. A Língua é um organismo vivo, que se transforma e se apresenta de formas múltiplas, e à medida que o contexto sócio-histórico evolui, as formas de expressão, dentro dessa mesma língua, diversifica-se e acompanha essa evolução.
Como exemplo disso, temos o simples bilhete, que adaptado a era virtual, recebe o nome de e-mail e tem vários formatos de apresentação. O propósito é o mesmo: a comunicação por escrito, direta e sucinta. O gênero é novo, mas a base é a mesma.
Ao lidar com esse assunto, é comum verificarmos que geralmente gênero textual e tipo textual, são interpretados como sendo a mesma coisa. Não são poucos os livros didáticos que corroboram esse equívoco.
Marcuschi nos alerta que, gênero, está mais diretamente ligado ao que o texto é, a sua identidade e funcionalidade, como, por exemplo, uma carta; enquanto o que chamamos de tipo textual tem a ver com o desenvolvimento do texto, em como ele se desenrola. Um único gênero pode admitir mais de um tipo textual, caracterizando o que podemos chamar de “seqüência tipológica”. A própria carta, já citada como exemplo de gênero, pode conter em sua seqüência tipológica: narração, descrição e argumentação entre outros.
Outro ponto a ser considerado é o domínio discursivo, ou seja, o meio onde o texto é veiculado e a quem ele é endereçado. No início do texto, temos o exemplo do artigo científico, que será assim considerado se tiver como suporte uma revista científica; mas que será considerado artigo de divulgação científica, se for publicado em um jornal.
No texto, o autor salienta que os gêneros não são entidades naturais com as borboletas, mas que são culturalmente construídos, o que me fez pensar no gênero “propaganda”, que só passou a existir e fazer sentido à partir do surgimento das relações comerciais, por exemplo.
Interessante a abordagem da estrutura intergênero, de natureza híbrida. O gênero permanece o mesmo, porém, utiliza-se de elementos comuns a outros. Por exemplo, estrutura de ”poema” para um “artigo de opinião”, ou ainda, uma “música” no formato de um “diálogo”.
O assunto em pauta é muito extenso e não se encerra por aqui, o professor, guiando-se pelos PCN e buscando dinamizar a sua aula, alternando textos escritos e a prática da oralidade com a sua turma, certamente estará desenvolvendo um trabalho agradável e profícuo, fomentando em seus alunos o interesse pela leitura e conhecimento de diferentes gêneros e tipos textuais, desde os clássicos até os mais comuns.