Universidade do estado do Rio de janeiro
Faculdade de educação da baixada fluminense
TAELP II – Professor Ivan – Aluno Jorge Luiz Gomes Saldanha
Refletindo sobre a prática da aula de Português
É relevante a contribuição da Lingüista e professora Irandé Antunes com o livro Aula de português: encontro e interação. São Paulo: Parábola, 2003.
O texto é abrangente e elucidativo quanto as falhas e equívocos cometidos no ensino da Língua Portuguesa. A autora refuta tais práticas, valendo-se, para tanto, não somente da teoria, mas através da prática, baseada em argumentos convincentes. Ela contribui de forma fundamental para o dia-a-dia de professores e estudantes da nossa língua.
Somando-se ao PCN, ela aponta para uma nova concepção do ensino da disciplina, rompendo com uma forma tradicional, arcaica e que resiste à mudanças. Com maestria e competência ela fornece embasamento necessário para que essas mudanças tão necessárias ocorram de forma concreta e sejam consolidadas no magistério.
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Universidade do estado do Rio de janeiro
Faculdade de educação da baixada fluminense
TAELP II – Professor Ivan – Aluno Jorge Luiz Gomes Saldanha
Parâmetros Curriculares Nacionais
Língua portuguesa
O ensino da língua fundamenta-se na necessidade do ser social de participar ativamente da vida em sociedade na sua plenitude. Fornecer as ferramentas necessárias para que o indivíduo “ouça” e se faça “ouvir”, desenvolvendo a sua oralidade; possa entender o mundo a sua volta, interpretando as diferentes formas de expressão oral e escrita; manifestar as suas vontades e intenções, pontuar suas dúvidas e insatisfações, enfim, ser agente de sua própria história e não apenas um espectador passivo.
A oralidade ensinada na escola deve ser permeada de diversidade, deve contemplar a pluralidade. Ainda que se priorize a oralidade convencionalmente “correta”, que é a mais comumente aceita e a mais socialmente cobrada. Deve-se salientar que existem diferentes tipos de oralidade por existirem diferentes culturas e núcleos sociais, mas que isso não deve indicar nenhuma idéia de hierarquia, tratando-as como superiores ou inferiores, e sim, diferentes, aplicando-se a contextos e situações distintas, conforme a circunstância, de acordo com a ocasião.
A escrita que cabe a escola ensinar, deve buscar, desde o início, levar em consideração a oralidade que a criança já traz consigo, que é anterior ao processo de alfabetização e faz parte do seu “capital cultural”.
Ainda que se reconheça o valor da aquisição e domínio do alfabeto, fonemas e conteúdos afins, deve-se admitir que já não é mais concebível, trabalhar como base da alfabetização frases como “Vovô viu a uva” ou ainda “O boi bobo babou o bebê”. A base deve estar carregada de significado, tem que fazer sentido e sinalizar para a criança que o novo conhecimento é apenas mais uma forma de expressar o que já faz parte do seu cotidiano e que será útil no seu desenvolvimento comunicativo.
É claro que isso não se dará de forma imediata. Faz parte de todo um processo que ocorrerá de forma gradativa e paulatinamente. Um projeto de médio a longo prazo que deve ser planejado com detalhes e flexibilidade.
No que diz respeito aos objetivos gerais da língua portuguesa para o ensino fundamental, à escrita e sua aquisição, é importante enfatizar que antes de aprender a escrever, o aluno já é usuário da língua em que será alfabetizado, exercita a linguagem e é detentor de oralidade ( principalmente quando a alfabetização se dá na fase adulta). Faz-se necessário introduzi-lo no mundo da escrita, com textos que façam sentido e que reproduzam a sua prática diária. O bê-á-bá é necessário, mas através de uma concepção que aproveite o desenvolvimento lingüístico do aluno até então, fazendo com que ele perceba que a escrita é apenas mais uma forma de expressão da língua que já lhe é comum e na qual ele fala e ouve , ou seja, compreende e é compreendido.
Frases sem sentido, desprovidas de lógica textual ou funcionalidade, além de dificultar a compreensão, diminuem o interesse por essa nova forma de expressar-se. Lembremo-nos de que há pessoas analfabetas com idade avançada, e que nem por isso deixaram de se comunicar, entendendo e se fazendo entender por seus interlocutores, ainda que com mais dificuldade que pessoas alfabetizadas. Essas pessoas trabalham, consomem, divertem-se e relacionam-se com o mundo letrado a sua volta, guardadas as devidas proporções, da mesma maneira que um indivíduo alfabetizado. O planejamento da alfabetização deve ter em seu escopo, a melhoria do exercício da cidadania, visando o aumento das condições de expressão dos sujeitos no seio da sociedade.
As práticas descritas nas páginas 63 e 64, servem para fomentar o desejo de ler e estimular os alunos a se tornarem leitores assíduos e curiosos. Elas permitem ao professor fazer um acompanhamento do desenvolvimento dos alunos, identificando com exatidão as virtudes e debilidades apresentadas por eles, incentivando-os no caso de sucesso e colaborando para que os erros sejam corrigidos de forma eficaz, já que observa, in loco, as falhas cometidas e as dificuldades vivenciadas.
A leitura em voz alta feita pelo professor e por outros colegas auxilia a desinibição e ajuda a se ver como mais um integrante do grupo e não como uma pessoa que simplesmente é alvo de observação e julgamento.
Faculdade de educação da baixada fluminense
TAELP II – Professor Ivan – Aluno Jorge Luiz Gomes Saldanha
Parâmetros Curriculares Nacionais
Língua portuguesa
O ensino da língua fundamenta-se na necessidade do ser social de participar ativamente da vida em sociedade na sua plenitude. Fornecer as ferramentas necessárias para que o indivíduo “ouça” e se faça “ouvir”, desenvolvendo a sua oralidade; possa entender o mundo a sua volta, interpretando as diferentes formas de expressão oral e escrita; manifestar as suas vontades e intenções, pontuar suas dúvidas e insatisfações, enfim, ser agente de sua própria história e não apenas um espectador passivo.
A oralidade ensinada na escola deve ser permeada de diversidade, deve contemplar a pluralidade. Ainda que se priorize a oralidade convencionalmente “correta”, que é a mais comumente aceita e a mais socialmente cobrada. Deve-se salientar que existem diferentes tipos de oralidade por existirem diferentes culturas e núcleos sociais, mas que isso não deve indicar nenhuma idéia de hierarquia, tratando-as como superiores ou inferiores, e sim, diferentes, aplicando-se a contextos e situações distintas, conforme a circunstância, de acordo com a ocasião.
A escrita que cabe a escola ensinar, deve buscar, desde o início, levar em consideração a oralidade que a criança já traz consigo, que é anterior ao processo de alfabetização e faz parte do seu “capital cultural”.
Ainda que se reconheça o valor da aquisição e domínio do alfabeto, fonemas e conteúdos afins, deve-se admitir que já não é mais concebível, trabalhar como base da alfabetização frases como “Vovô viu a uva” ou ainda “O boi bobo babou o bebê”. A base deve estar carregada de significado, tem que fazer sentido e sinalizar para a criança que o novo conhecimento é apenas mais uma forma de expressar o que já faz parte do seu cotidiano e que será útil no seu desenvolvimento comunicativo.
É claro que isso não se dará de forma imediata. Faz parte de todo um processo que ocorrerá de forma gradativa e paulatinamente. Um projeto de médio a longo prazo que deve ser planejado com detalhes e flexibilidade.
No que diz respeito aos objetivos gerais da língua portuguesa para o ensino fundamental, à escrita e sua aquisição, é importante enfatizar que antes de aprender a escrever, o aluno já é usuário da língua em que será alfabetizado, exercita a linguagem e é detentor de oralidade ( principalmente quando a alfabetização se dá na fase adulta). Faz-se necessário introduzi-lo no mundo da escrita, com textos que façam sentido e que reproduzam a sua prática diária. O bê-á-bá é necessário, mas através de uma concepção que aproveite o desenvolvimento lingüístico do aluno até então, fazendo com que ele perceba que a escrita é apenas mais uma forma de expressão da língua que já lhe é comum e na qual ele fala e ouve , ou seja, compreende e é compreendido.
Frases sem sentido, desprovidas de lógica textual ou funcionalidade, além de dificultar a compreensão, diminuem o interesse por essa nova forma de expressar-se. Lembremo-nos de que há pessoas analfabetas com idade avançada, e que nem por isso deixaram de se comunicar, entendendo e se fazendo entender por seus interlocutores, ainda que com mais dificuldade que pessoas alfabetizadas. Essas pessoas trabalham, consomem, divertem-se e relacionam-se com o mundo letrado a sua volta, guardadas as devidas proporções, da mesma maneira que um indivíduo alfabetizado. O planejamento da alfabetização deve ter em seu escopo, a melhoria do exercício da cidadania, visando o aumento das condições de expressão dos sujeitos no seio da sociedade.
As práticas descritas nas páginas 63 e 64, servem para fomentar o desejo de ler e estimular os alunos a se tornarem leitores assíduos e curiosos. Elas permitem ao professor fazer um acompanhamento do desenvolvimento dos alunos, identificando com exatidão as virtudes e debilidades apresentadas por eles, incentivando-os no caso de sucesso e colaborando para que os erros sejam corrigidos de forma eficaz, já que observa, in loco, as falhas cometidas e as dificuldades vivenciadas.
A leitura em voz alta feita pelo professor e por outros colegas auxilia a desinibição e ajuda a se ver como mais um integrante do grupo e não como uma pessoa que simplesmente é alvo de observação e julgamento.
Reflexão sobre Gêneros Textuais
Universidade do estado do Rio de janeiro
Faculdade de educação da baixada fluminense
TAELP II – Professor Ivan – Aluno Jorge Luiz Gomes Saldanha
Exemplos de Gêneros e tipos textuais
“Senhor:
Faculdade de educação da baixada fluminense
TAELP II – Professor Ivan – Aluno Jorge Luiz Gomes Saldanha
Exemplos de Gêneros e tipos textuais
“Senhor:
Posto que o Capitão-mor desta vossa frota, e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a nova do achamento desta vossa terra nova, que ora nesta navegação se achou, não deixarei também de dar disso minha conta a Vossa Alteza, assim como eu melhor puder, ainda que -- para o bem contar e falar -- o saiba pior que todos fazer.”
“A feição deles é serem pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem-feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura. Nem estimam de cobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de baixo furados e metidos neles seus ossos brancos e verdadeiros, de comprimento”
“A feição deles é serem pardos, maneira de avermelhados, de bons rostos e bons narizes, bem-feitos. Andam nus, sem nenhuma cobertura. Nem estimam de cobrir ou de mostrar suas vergonhas; e nisso têm tanta inocência como em mostrar o rosto. Ambos traziam os beiços de baixo furados e metidos neles seus ossos brancos e verdadeiros, de comprimento”
“Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, assim frios e temperados como os de Entre Douro e Minho, porque neste tempo de agora os
achávamos como os de lá.
Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem.”
Acima temos trechos de um texto histórico. É o exemplo de um texto descritivo, que consta da famosa carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei de Portugal por ocasião do descobrimento do Brasil. Nela, podemos observar a descrição de algumas características da nova terra e do povo que nela habita.
O professor pode usar o referido texto para pontuar a diferença entre gênero textual (carta) e tipo textual (descritivo), e ainda comentar como a linguagem é formal e se aplica ao modo de falar de uma época.
“Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence o vencedor,
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade;
Se tão contrário a si é o mesmo amor?”
Acima temos o famoso “soneto 11”, um tipo de texto poético, do não menos famoso poeta português Luís de Camões.
O professor pode aproveitar para chamar a atenção da turma de como o gênero textual poesia, no caso, tipo textual expositivo, serve para expressar sentimentos e despertar no leitor identificação com o autor.
“Casas Bahia, tudo em até 6 x sem juros.O menor preço, venha conferir !”
Eis o exemplo de um texto comercial.O gênero pode ser apontado como Propaganda. Em anúncios, os textos tendem a ser curtos e comunicam uma mensagem direta. O objetivo é chamar a atenção para a oportunidade de consumo, informações mais detalhadas o leitor (cliente) pode obter nos encartes da loja.
achávamos como os de lá.
Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem.”
Acima temos trechos de um texto histórico. É o exemplo de um texto descritivo, que consta da famosa carta de Pero Vaz de Caminha ao Rei de Portugal por ocasião do descobrimento do Brasil. Nela, podemos observar a descrição de algumas características da nova terra e do povo que nela habita.
O professor pode usar o referido texto para pontuar a diferença entre gênero textual (carta) e tipo textual (descritivo), e ainda comentar como a linguagem é formal e se aplica ao modo de falar de uma época.
“Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade
É servir a quem vence o vencedor,
É ter com quem nos mata lealdade.
Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade;
Se tão contrário a si é o mesmo amor?”
Acima temos o famoso “soneto 11”, um tipo de texto poético, do não menos famoso poeta português Luís de Camões.
O professor pode aproveitar para chamar a atenção da turma de como o gênero textual poesia, no caso, tipo textual expositivo, serve para expressar sentimentos e despertar no leitor identificação com o autor.
“Casas Bahia, tudo em até 6 x sem juros.O menor preço, venha conferir !”
Eis o exemplo de um texto comercial.O gênero pode ser apontado como Propaganda. Em anúncios, os textos tendem a ser curtos e comunicam uma mensagem direta. O objetivo é chamar a atenção para a oportunidade de consumo, informações mais detalhadas o leitor (cliente) pode obter nos encartes da loja.
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